terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Estadão revela planos de Claudia no mundo virtual

Por onde Claudia Leitte passa, arrasta uma multidão. Foi assim no grandioso show hi-tech, na Praia de Copacabana, que marcou o início da sua carreira solo, em fevereiro. E, não é diferente na internet - a cantora é dona da maior comunidade de um artista no Orkut.

A apresentação, para 700 mil pessoas, nas areias da mais famosa praia do Rio, surpreendeu pela imensa estrutura (o palco tinha 15 metros de altura, por 36 metros de frente) e a grande presença popular. “Quando vi aquele mar de gente, fiquei apreensiva”, lembra.

A megaprodução, que consumiu mais de R$ 3 milhões, oferecia imensos telões, chuva artificial, lasers, plataformas móveis, luzes controladas por computador, além de inúmeras trocas de figurino. Tudo registrado por 22 câmeras, apenas duas a menos do que usado no show dos Rolling Stones em 2006.

O investimento grandioso tem explicação: o evento precisava servir como um cartão de visitas de peso da nova fase da cantora. Afinal, hoje os artistas - mesmo os mais populares, como Claudia - não ganham dinheiro com a venda de CDs e DVDs, e sim com shows. Estima-se que para recuperar o investimento seria necessário vender mais de 1 milhão de cópias - algo praticamente impossível nos tempos do MP3.
Eis o novo modelo de negócios da música - ainda em consolidação - na era digital. Claudia conta que não sofreu com a queda nas vendas das mídias físicas e confirma a tese: “Para mim, desde sempre, o que funcionou são os shows ao vivo”. A cantora, que está grávida de 8 meses, costumava manter a média de 12 apresentações mensais.

Super conectada, Claudia afirma não desgrudar dos seus aparelhos tecnológicos - ela tem até um PlayStation Portátil rosa (!). Mesmo assim, ela confessa que sonha em se livrar de todas as amarras digitais. “Adoro a idéia de um dia viver na praia, em uma casinha bem simples, com minha família e mais alguns discos e livros”, conta ela, que está de mudança marcada para uma “casa inteligente” - tipo do desenho dos Jetsons, com vários itens automatizados.

Desde 2004, muito antes portanto da carreira solo, Claudia já percebia na web uma importante ferramenta para estreitar os laços com o público. Foi naquele ano que ela começou o seu blog, no melhor estilo diário virtual. “Sempre gostei de escrever. E no blog posso falar sobre o que vivo, penso, além de agradecer o carinho e ter um contato mais direto com os meus fãs”, explica ela, que, às vezes, usa seu iPhone 3G para postar.

O site oficial da cantora, que oferece link para todas as suas iniciativas na rede, como blog, canal de vídeos no YouTube, etc., recebe mensalmente mais de 9 milhões de page views. De olho nessa bela audiência - e nas ainda pouco conhecidas opções nacionais para se comprar musica na web - a cantora prepara, ainda para este ano, a CL Store.

“Lá quero disponibilizar além das minhas músicas , produtos com a minha marca, como camisetas, materiais escolares, etc.”, conta. Quer dizer, as pessoas podem até não gastar mais dinheiro comprando o álbum do seu artista preferido - efeito da pirataria -, mas continuam apaixonadas pela música e seus ídolos. E estão dispostas a gastar um bom dinheiro com essa paixão.

É preciso, portanto, se adaptar aos novos tempos. E como disse a própria Claudia ao ser questionada sobre o papel das gravadoras na era digital, onde novos artistas surgem a todo instante: “É clichê, mas ‘o novo sempre vem’ e se você o ignora, ou simplesmente não se atualiza, pode correr um grande risco”.